Florianópolis, 26.10.2016 – O avanço e a integração das tecnologias está modificando a forma de produção e gerando novos modelos de negócio. Com isso surge a quarta revolução industrial, também chamada de Indústria 4.0, Indústria Avançada Internet Industrial ou Manufatura Avançada. O assunto foi apresentado durante o Despertar 4.0, evento realizado no SENAI de Rio do Sul, na terça-feira, 25 de outubro. O objetivo foi sensibilizar trabalhadores, estudantes e empresários sobre os desafios dessa nova realidade. Nesta quarta (26), a programação se repete em Lages.
O evento contou com a presença do diretor regional do SENAI/SC, Jefferson de Oliveira Gomes, que também é consultor da UNESCO e professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). “O futuro já começou. A evolução é intrínseca ao ser humano e é requisito para melhorar a qualidade de vida. Tudo está mudando de forma muito rápida, com tecnologias acessíveis a todos. Agora, o combustível para a mudança é o talento. Mas a educação e as relações trabalhistas não estão acompanhando estes avanços”, alertou Gomes. “Um bilhão de pessoas trabalham hoje em profissões que não existiam há cinco anos. A tecnologia que usamos hoje é muito mais avançada e muito mais barata do que aquela usada no primeiro foguete que chegou à lua. Nada disso é novo; a novidade é integrar as tecnologias para criar novos negócios, produtos, serviços, empregos”, acrescentou.
Após a abertura do encontro, foram realizados três minicursos para inserção da comunidade no mundo tecnológico. As atividades foram conduzidas com metodologia lúdica e interativa, sem a necessidade de o público ter conhecimento prévio. Um dos minicursos foi direcionado às mulheres, que aprenderam como são desenvolvidos aplicativos para smartphones e como a Internet das Coisas está inserida no dia-a-dia. Outro foi destinado às pessoas com mais de 40 anos, sobre controle de iluminação e de acesso em residências utilizando-se a eletrônica. O terceiro proporcionou conceitos sobre robótica para jovens, que também puderam participar de uma competição de robôs. “Eu gosto de desafios, de aproveitar oportunidades como esta. Foi muito legal. Aprendemos a fazer um cabo de rede e um aplicativo para celular. Tudo foi bem explicado e tivemos muitas práticas. Creio que ninguém saiu com dúvidas. Com certeza vou usar esses conhecimentos na minha vida”, disse Vanda Barbosa Marcelino Luchtenberg, 56, que participou do minicurso para as mulheres.
À noite, Jefferson Gomes falou sobre a Indústria Avançada e instigou um debate colaborativo entre os participantes sobre os impactos e as possibilidades da Indústria 4.0 nos negócios e na carreira. O público, formado por empresários, estudantes, colaboradores de indústrias e comunidade, foi dividido em mesas temáticas (tecnologia, infraestrutura e recursos humanos) para discutir sobre como implantar a indústria avançada na região. O resultado será compartilhado em forma de relatório, possibilitando a aplicação de ideias nas indústrias, entidades e instituições de ensino do Alto Vale do Itajaí.
“Esse ‘despertar’ é muito importante. As tecnologias já existem, mas as empresas estão aplicando pouco. Este momento foi ótimo para refletirmos sobre a necessidade de parcerias entre as empresas, com o SENAI ou com outras entidades. Precisamos agir mais coletivamente para solucionar problemas em benefícios de todos”, analisou Lino Rohden, vice-presidente da FIESC para o Alto Vale. A diretora do SENAI Alto Vale, Graziela da Silva Branco, também ficou satisfeita com o evento. “O Despertar 4.0 surpreendeu-nos, tanto em relação à procura do público pelas atividades, como pelos resultados que identificamos. Percebemos que as pessoas saíram inquietas e esse era o principal objetivo, aguçar o interesse pela tecnologia”, comentou Graziela.
O QUE É A INDÚSTRIA 4.0
Combina diferentes tecnologias como hiperconectividade, inteligência artificial, digitalização, sensoriamento, big data, entre outras, para customização de produtos em massa, mudança na forma e padrão de consumo e controle da produção à distância.
As decisões são tomadas sem participação humana, somente com a conexão entre máquinas, plantas fabris, matérias-primas, produto final (dotados de sensores e transmissores) e consumidor. Quando uma embalagem for aberta, um comando instantâneo será enviado para produção de nova unidade do produto.
A Indústria 4.0 irá exigir outras habilidades dos trabalhadores, assim como maior flexibilização na legislação trabalhista. Com a robotização, algumas funções serão assumidas por máquinas, por isso a importância do aperfeiçoamento e da requalificação da mão de obra.
Entre as vantagens da quarta revolução industrial estão a redução nos custos de processamento, de armazenamento e de transmissão de dados, além de rapidez e eficiência na tomada de decisões. Também há economia de energia, maior segurança, conservação ambiental, redução de erros e desperdício, transparência nos negócios, melhor qualidade de vida.
Assessoria de Imprensa da FIESC
Colaboração de Débora Cláudio/Assessoria de Imprensa da FIESC no Alto Vale do Itajaí