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Seminário em Chapecó discute inovações do mercado mundial de carnes

Evento promovido pelo SENAI/SC integra programação técnico-científica da Mercoagro e reuniu mais de 400 participantes

Chapecó, 14.9.2016 – Novas técnicas e inovações do mercado internacional foram apresentadas em Chapecó, nesta quarta-feira (14), durante o 11º Seminário Internacional de Industrialização da Carne, o principal evento da programação técnico-científica da Mercoagro 2016 (Feira Internacional de Negócios, Processamento e Industrialização da Carne). A iniciativa coordenada pela unidade local do SENAI, entidade da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), reuniu aproximadamente 400 participantes no auditório do Lang Palace Hotel. A programação contemplou palestras nacionais e internacionais e, ainda, sessão de pôsteres-resumos de temas da atualidade.

Proteína animal

Em sua palestra, o diretor de relações internacionais da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ariel Antônio Mendes, enalteceu que o Brasil é um case de sucesso no agronegócio, salientando que, em alguns produtos, o País tem produtividade maior que a média mundial. O Brasil é o quarto maior exportador mundial, principalmente, de açúcar, café, laranja, soja, carne bovina e de frango.

Na soja, a previsão é de que o Brasil se torne o maior produtor. Os desafios estão relacionados a consolidar a abertura das novas fronteiras agrícolas, aumentar o padrão tecnológico do setor, resolver a questão logística e ampliar a capacidade de armazenamento.

O mercado internacional de carne de frango é liderado pelo Brasil, que  exporta para mais de 150 países, seguido por Estados Unidos e China. No Brasil, a atividade gera 3,5% de milhões de empregos diretos e indiretos, com consumo de 43 kg/habitante/ano e 95% da produção é realizada pelo sistema de integração. A produção está concentrada na região Sul do País com a liderança do Paraná (35,7%), seguido de Santa Catarina (23,3%) e do Rio Grande do Sul (17,6%). Porém, já há deslocamento da produção para a região Centro-Oeste pela proximidade com a produção de grãos.

Segundo Mendes, a exportação brasileira da carne de frango tem ampliado ao longo dos anos de maneira sustentável, pois em 1970 representava 7% e em 2015 expandiu em 50%, principalmente por ser uma proteína barata e fácil de produzir. “Os desafios estão relacionados a manter a competitividade, ampliar as exportações e abrir novos mercados”, afirma.

Quanto à carne de peru, no Brasil há apenas duas empresas que fazem a industrialização, com produção de 327 mil toneladas, exportação de 133 mil toneladas e consumo interno per capita de 1kg/habitante/ano, mas com perspectivas de crescimento.

A produção mundial de carne suína representa 111,9 milhões de toneladas. O Brasil produz 3,5 milhões de toneladas, sendo que os maiores produtores são Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. O setor também exporta 550 mil toneladas para aproximadamente 70 países. De acordo com Mendes, os desafios do segmento são de ampliar ainda mais o padrão tecnológico da cadeia produtiva, manter e consolidar a exportação para China, além da readequação do mercado japonês e abertura de novos mercados, a exemplo da Coreia, União Europeia, México, Colômbia e Peru.

A produção da carne bovina representa 58 milhões de toneladas anuais. No Brasil, o rebanho é de 209 milhões de cabeças, com abate de 39 milhões de toneladas e exportação, principalmente, para Rússia, Egito e Europa. Mendes ressaltou as perspectivas do setor, como evolução do confinamento, e os desafios de substituir as pastagens degradadas, retirar a vacina contra febre aftosa e ampliar o confinamento dos animais.

O diretor da ABPA também destacou a produção brasileira de ovos de mesa, que atinge 39 bilhões de ovos por ano, que leva o Brasil à 7ª posição no ranking dos maiores produtores mundiais. Quanto ao material genético, o País é responsável pela produção de 50 milhões de matrizes e exportou 4,5 milhões de matrizes, conforme dados de 2015. Entre os desafios estão implementar o programa de compartimentação nas granjas de avós e matrizes e abertura de novos mercados a exemplo da América Central.

Aplicação de Antioxidantes

Em palestra sobre aspectos relacionados à rotulagem e prazos de validade de alimentos, o cientista Poulson Joseph, da Kalsec – Kalamazzo, dos Estados Unidos, enfatizou que a temperatura e a embalagem são fatores primordiais para o processamento de produtos cárneos. “Por isso, é fundamental gerenciar o antioxidante, que inibe ou atrasa a oxidação, seja do sabor ou da química”. Joseph, que lidera a equipe de aplicação de antioxidantes naturais em produtos cárneos do Laboratório Central de Aplicação da Kalsec, também explicou sobre a oxidação lipídica e de proteínas ou de pigmentos, que estão conectadas, o que comprova a necessidade de utilização de antioxidantes que inibem ação no sabor ou na cor. “Com a utilização de antioxidantes naturais é possível estender o sabor da carne fresca ou curada. Porém, é preciso analisar sua aplicação uma vez que os extratos de ervas possuem muitos sabores dos quais pode não agradar todos os paladares, por isso a necessidade de analisar a compatibilidade do produto com o processo. O desafio é criar mais proteínas para o consumo da população”, explicou.

Novidades

“Inovação em filmes e embalagens para produtos cárneos” foi a temática apresentada pelo gerente de tecnologia na Poly-Chip System, Fernando Baldini. Exemplo do processo é o presunto, que possibilita aplicação de aproximadamente 15 tipos de aroma de fumaça líquida de diferentes tipos de intensidades de aromas e tonalidades de coloração.

Bem-Estar Animal

O bem-estar dos animais de produção também foi debatido no seminário. “O conceito de bem-estar refere-se ao estado de organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao seu ambiente, das situações normais às de risco”, enfatizou Victor Abreu de Lima, consultor da empresa BEA Consultoria e Treinamento na produção animal. Conforme Lima, entre os indicadores de bem-estar animal estão itens como boa alimentação, bom alojamento, boa saúde e comportamento apropriado. “Atualmente, se avalia até mesmo como o animal reage perante ao manipulador, por isso a avalição envolve comportamentos, condição fisiológica, que refletem diretamente no resultado da qualidade da carne”.

Para o diretor técnico do Senai/SC, Maurício Cappra Pauletti, esta edição do Seminário é marcada pela apresentação de técnicas e inovações do mercado internacional. “A indústria catarinense conta com um grande diferencial que é a capacidade de inovação, amparada pelo relacionamento da indústria com os centros de pesquisa”, enalteceu.

O presidente da ACIC, Josias Mascarello, realçou que o Seminário Internacional de Industrialização da Carne tornou-se um marco no calendário brasileiro de eventos técnicos do segmento. “Isso se deve, inicialmente, por acompanhar as edições bienais da Mercoagro. Na opinião do empresário, “o seminário é um momento de intensa atualização e troca de conhecimentos que torna a Mercoagro uma grande referência para a cadeia industrial da carne do Brasil e do mundo”.

Demais palestras

No período vespertino, a programação contemplou os temas “Atualização sobre nitratos e nitritos em produtos cárneos”, por Rubison Olivo, diretor técnico da Olivos – Ciência & Tecnologia; “Food Defense e prevenção de riscos na indústria de carnes”, pelo diretor do Laboratório Aquimisa no Brasil, Marco Taborda, e “Controle e identificação dos pontos chaves de contaminação de Listeria monocytogenes na cadeia produtiva de carnes”, abordado pelo professor da Universidade Federal de Viçosa e pesquisador na área de Microbiologia de Alimentos de Origem Animal, Luis Augusto Nero. A programação encerrou com mesa redonda e sessão de perguntas.

Clínica Tecnológica fomenta melhorias no processo produtivo

Consultoria técnica com atendimento individualizado, esclarecimento de dúvidas e apresentação de novas tecnologias são objetivos da Clínica Tecnológica, uma atração da programação paralela à Mercoagro 2016. No estande da FIESC e do SENAI, os participantes podem esclarecer dúvidas e conhecer inovações. O espaço funciona como um laboratório em que são apresentados temas de ponta, incluindo conservação de alimentos, Food Defense, alta pressão, sanidade animal e análise sensorial por meio de processos inovadores, como o nariz e a língua eletrônica.

Salão da Inovação incentiva o desenvolvimento de novos produtos

Linguiça defumada maturada de ovinos, presunto defumado de tilápia, quibe de cordeiro, creme de leite de arroz-vegano, patê de fígado de rã-touro, queijo tipo cottage sem lactose com adição de fibras e redução do sódio e da gordura e manteiga extra sem lactose com redução de sódio e adição de ômega 3. Essas são pesquisas desenvolvidas na área da cadeia produtiva de carnes e leite pelo SENAI Chapecó e integram o Salão da Inovação, que também é demonstrado no estande da FIESC e do SENAI na Mercoagro 2016.

Essas inovações estão apresentadas nos pôsteres com explicação do processo, justificativa da importância da pesquisa e conclusões dos estudos. Também são explicitadas durante as minipalestras, que ocorrem diariamente com duração de 20 minutos. Nos eventos, são apresentados os resultados dos trabalhos desenvolvidos com foco em melhorias de processos, produtos e inovação, para motivar os profissionais a criar ideias para agregar valor em seus processos e produtos. 

Mercoagro 2016

A Mercoagro 2016 (Feira Internacional de Negócios, Processamento e Industrialização da Carne) é organizada pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) e prossegue até sexta-feira (16) no Parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó (SC). O horário de visitação é das 14 às 21 horas.

Coneça mais sobre a programação técnico-científica e sobre a Mercoagro.

 

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Assessoria de Imprensa

Com informações da MB Comunicação

Indústria News

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